domingo, 24 de agosto de 2014

Música: LUDWIG VAN BEETHOVEN


Ludwig Van Beethoven (Bonn, 17 de dezembro de 1770 - Viena, 26 de março de 1827) foi um compositor alemão, do período de transição entre o Classicismo,  (século XVIII, período da música erudita ocidental, caracterizada pela claridade, simetria e equilíbrio) e o Romantismo (século XIX, arte do sonho e fantasia, em que o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo são retratados). É considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais influentes do todos os tempos. "O resumo de sua obra é a liberdade", observou o crítico alemão Paul Bekker )1882-1937), "a liberdade política, a liberdade artística do indivíduo, sua liberdade de escolha, de credo e a liberdade individual em todos os aspectos da vida". 

Ludwig nunca teve estudos muito aprofundados, mas sempre revelou talento excepcional para a música. Com apenas oito anos de idade, foi confiado a Christian Gottlob Neefe, o melhor mestre de cravo da cidade de Colônica na época, que lhe deu uma formação musical sistemática, levando-o a conhecer os grandes mestres alemães da música. Numa carta publicada em 1780, pela mão de seu mestre, afirmava que "seu discípulo, de dez anos, domina todo o repertório de Johann Sebastian Bach", e que o apresentava como um "novo Mozart". Compôs as suas primeiras peças aos onze anos de idade, iniciando a sua carreira de compositor, de onde se destacam alguns lieder (canções). Os seus progressos foram de tal forma notáveis que, em 1784, já era organista-assistente da Capela Eleitoral, e pouco tempo depois, foi violoncelista na orquestra da corte e professor, assumindo já a chefia da família, devido à doença do pai - alcoolismo. Foi nesse ano que conheceu o jovem Conde Waldstein, a quem mais tarde dedicou algumas das suas obras, pela sua amizade. Este, percebendo o seu grande talento, enviou-o em 1787, para Viena, a fim de estudar com Joseph Havdn. O arquiduque de Áustria, Maximiliano subsidiou então os seus estudos. No entanto, teve que regressar pouco tempo depois, assistindo à morte de sua mãe. A partir daí, Ludwig, com apenas dezessete anos de idade, teve que lutar contra dificuldades financeiras, já que seu pai tinha perdido o emprego, devido ao seu já elevado grau de alcoolismo.

Foi o regresso de Viena que o motivou a um curso de literatura. Foi aí que teve o seu primeiro contacto com Ideiais da Revolução Francesa, com o iluminismo (movimento cultural que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade) e com um movimento literário romântico: Sturm und Drang Tempestade e Ímpeto/Paixão (os autores desse movimento postulavam uma poesia mística, selvagem, espontânea, em última instância quase primitiva); dos quais, um dos seus melhores amigos, Friedrich Schiller, foi, juntamente com Johann Wofgang Von Goethe, um dos líderes mais proeminentes deste movimento, que teria uma enorme influência em todos os setores culturais na Alemanha.

Em 1792, já com 21 anos de idade, mudou-se para Viena (apenas um ano após a morte, na cidade, de Mozart) onde, afora algumas viagens, permaneceu para o resto da vida. Foi imediatamente aceito como aluno por Joseph Haydn, o qual manteve o contacto a primeira estadia de Ludwig na cidade. Procura então complementar mais os seus estudos, o que o leva a ter aulas com Antonio Salieri, com Foerster e Albrechtsberger, que era maestro de capela na Catedral de Santo Estêvão. Tornou-se então um pianista virtuoso, cultivando admiradores, os quais muitos da aristocracia. Começou então a publicar as suas obras. O seu Opus 1 é uma coleção de 3 Trios para Piano, Violino e Violoncelo. Afirmando uma sólida reputação como pianista, compôs suas primeiras obras-primas: as Três Sonatas para Piano Op. 2 (1794-1795). Estas mostravam já a sua forte personalidade.

Foi em Viena que lhe surgiram os primeiros sintomas da sua grande tragédia. Foi lhe diagnosticado, por volta de 1796, tinha Ludwig os seus 26 anos de idade, a congestão dos centros auditivos internos (que mais tarde o deixou surdo), o que lhe transformou bastante o espírito, levando-o a isolar-se e a grandes depressões.

No entanto, o seu verdadeiro gênio só foi realmente revisado com a publicação das suas Op. 7 e Op. 10, entre 1796 e 1798; a sua Quarta Sonata para Piano em Mi Maior, e as suas Quinta em Dó Menor, Sexta em Fá Maior e Sétima em Ré Maior Sonatas para Piano.

Em 2 de abril de 1800, a sua Sinfonia nº 1 em Dó maior, Op. 21 faz a sua estreia em Viena. Porém, no ano seguinte, confessa aos amigos que não está satisfeito com o que tinha composto até então, e que tinha decidido seguir um novo caminho. 

Finalmente, ente 1802 e 1804, começa a trilhar aquele novo caminho que ambiciona, com a apresentação de Sinfonia nº3 em Mi bemol Maior, Op. 55, intitulada de EroicaUma obra sem precedentes na história da música sinfônica, considerada o início do período Romântico, na Música Erudita. Os anos seguinte à Eroica foram de extraordinária fertilidade criativa, e viram surgir numerosas obras-primas: a Sonata para Piano nº. 21 em Dó Maior, Op. 53, intitulada de Waldstein, entre 1803 e 1804; a Sonata para Piano nº23 em Fá menor, Op. 57, intitulada de Apassionata, entre 1804 e 1805; o Concerto para Piano nº4 em Sol maior, Op. 58, em 1806; os Três Quartetos de Cordas, Op. 59, intitulados de Razumovsky, em 1806; a Sinfonia nº4 em Si bemol Maior, Op. 60, também em 1806; o Concerto para Violino em Ré Maior, Op. 61, entre 1806 e 1807; a Sinfonia nº5 em Dó Menor, Op. 67, entre 1807 e 1808Sinfonia nº6 em Fá maio, Op. 68, intitulada de Pastoral, também entre 1807 e 1808; a Ópera Fidélio, Op. 72, cuja versão definitiva data de 1814; e o Concerto para Piano nº5 em Mi bemol Maior, Op. 73, intitulado de Imperador, em 1809.

Ludwig escreveu ainda uma Abertura, música destinada a ilustrar uma peça teatral, uma tragédia em cinco actos de Goethe: Egmont. E muito se conta do encontro entre Johann Wolfgag Von Goethe e Wudwig Van Beethoven.

Depois de 1812, a surdez progressiva aliada à perda das esperanças matrimoniais e problemas com a custódia do sobrinho levaram-no a uma crise criativa, que faria com que durante todos esses anos ele escrevesse poucas obras importantes.

Neste espaço de tempo, escreve a Sinfonia nº7 em Lá Maior, Op. 92, entre 1811 e 1812, a Sinfonia nº8 em Fá Maio, Op. 93, em 1812, e o Quarteto em Fá Menor, Op. 95, intitulado de Serioso, em 1810. 

A partir de 1818, Ludwig, aparentemente recuperado, passou a compor mais lentamente, mas com um vigor renovado. Surgem então algumas de suas maiores obras: a Sonata nº29 em Si bemol Maior, Op. 106, intitulada de Hammerklavier, entre 1817 e 1818; a Sonata nº30 em Mi Maior, Op. 109 (1820), a Sonata nº31 em Lá bemol Maior, Op. 110 (1820-1821); a Sonata nº32 em Dó Menor, Op. 111 (1820-1822); as Variações Diabelli, Op. 120 (1819-1823), a Missa Solenis, Op. 123 (1818-1822).

A culminância desses anos foi a Sinfonia nº9 em Ré Menor, Op. 125 (1822-1824), para muitos a sua maior obra-prima. Pela primeira vez é inserido um coral num movimento de uma sinfonia. O texto é uma adaptação do poema de Friedrich Schiller, "Ode à Alegria", feita pelo próprio Ludwig Van Beethoven:

"Alegria bebem todos os seres
No seio da natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao Querubim que se ergue diante de Deus!"

A obra de Beethoven refletiu em um avivamento cultural. Conforme o historiador Paul Johnson, "Existia uma nova fé e Beethoven era o seu profeta. Não foi por acidente que, aproximadamente na mesma época, as novas casas de espetáculo recebiam fachadas parecidas com as dos templos, exaltando assim o status moral e cultural da sinfonia e da música de câmara."

Os anos finais de Ludwig foram dedicados quase exclusivamente a composição de Quartetos para Cordas. Foi nesse meio que ele produziu algumas de suas mais profundas e visionárias obras, como o Quarteto em Mi bemol Maior, Op. 127 (1822-1825), o Quarteto em Si bemol: Op. 130 (1825-1826); o Quarteto em Dó sustenido Menor, Op. 131 (1826); o Quarteto em Lá Menor, Op. 132 (1825); a Grande Fuga, Op. 133 (1825), que na época criou bastante indignação pela sua realidade praticamente abstrata, e o Quarteto em Fá Maior, Op. 135 (1826).

De 1826 até 1827, ano da sua morte, ainda conseguiu compor cerca de 44 obras musicais. Sua influência na história da música foi imensa. Ao morrer, a 26 de março de 1827, estava a trabalhar numa nova sinfonia, assim como projetava escrever um Requiem (missa para os mortos). Ao contrário de Mozart, que foi enterrado anomimamente em uma vala comum (o que era o costume na época), 20.000 cidadãos vienenses enfileiraram-se nas ruas para o funeral de Beethoven, em 29 de março de 1827. Franz Schubert, que morreu no ano seguinte e foi enterrado ao lado de Beethoven, foi um dos portadores da tocha. Depois de uma missa de réquiem na igreja da Santíssima Trindade (Dreifaltigkeitskirche), Beethoven foi enterrado no cemitério Wahring, a noroeste de Viena. Seus restos mortais foram exumados para estudo, em 1862, sendo transferidos em 1888 para o Cemitério Central de Viena.

"A música é capaz de reproduzir, em sua forma real, a dor que dilacera a alma e o sorriso que inebria." (Ludwig Van Beethoven)

Na sequência um dos poucos vídeos em que podemos apreciar a performance do lendário maestro austro-alemão Carlos Kleiber. Considerado por muitos como o maior regente de todos os tempos, Kleiber se tornou famoso não só por suas conduções únicas, mas também por suas raras aparições públicas - nunca concedeu uma  única entrevista em toda a sua vida. Aqui ele executa, juntamente com sua orquestra, a Sinfonia nº 7 de Beethoven. Em seguida, vídeo com a Orquestra Filarmônica de Viena interpretando a Sinfonia nº 9 in D menor e a Sinfonia nº 5 in C menor, ambas regidas pelo maestro alemão Christian Thielemann. Logo após, o documentário Em Busca de Beethoven, parte 1, 2 e 3 e 



Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ludwig_van_Beethoven



Carlos Kleiber Beethoven Symphonies 7 (Complete) / Concergebouw Orchestra




Beethoven - Symphony No 9 in D minor, Op 125 - Thielemann




Beethoven - Symphony No 5 in C minor, Op 67 - Thielemann




Documentário: Ludwig van Beethoven - Parte 1




Documentário: Ludwig van Beethoven - Parte 2




Documentário: Ludwig van Beethoven - Parte 3

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